«Ser poeta não é ser mais alto», há muitos poetas abaixo do metro e setenta; não sei se Florbela estaria a referir-se aos poetas nórdicos, enfim... Eu, de resto, que de vez em quando cozinho uns poemas e tenho um livreco singelo publicado com meia-dúzia de versos, serei excepção com o meu metro e oitenta e sete. E dos "novos" que conheço vos digo, são todos mais pecos do que eu.
Ser poeta também não «é ser maior do que os homens», seria demasiada presunção.
«Morder como quem beija?» Mas morder porquê? Que violência! E o beijo, um beijo, dado como quem morde? Meninas, fujam! Esta deve ter servido de inspiração ao Macário...
«É ser mendigo»... Ser poeta é ser mendigo? Eu cá por mim não mendigo palavras. São-me dadas e depois trabalhadas. De outro modo, a velha história do Torga, ou já não sei bem de quem: dez por cento do poema são dados, são inspiração, o restante é trabalho, ou seja, transpiração. Já nem a poesia está para contemplações.
É «dar como quem seja Rei do Reino de Aquém e de Além Dor»! Discordo totalmente. Dar, muito bem, mas como quem nada ou pouco tem, sendo essa dádiva, sim, sinal de partilha e grandeza moral. Para mais, quem acredita que quem seja rei do que quer que seja dá alguma coisa? Por exemplo, o Rei dos Móveis, nunca soube que fosse mecenas... Sejamos honestos, os reis aplicam-se apenas em duplicar fundos e territórios. A única coisa que dão são filhos e para se perpetuarem no poder.
sábado, 12 de maio de 2007
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1 comentário:
Imaginativo e bem argumentado.
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