segunda-feira, 7 de maio de 2007

Sexta feira passada fomos registar o Francisco. Agora, supostamente mais fácil, uma vez que todas as Conservatórias se encontram reunidas num só edifício, na Fontes Pereira de Melo. É o Simplex, pensei! E chegámos. Décima?... décima?... Lá em cima, no sétimo ou oitavo... Para espanto, pouca gente na sala. Para menos espanto, era melhor tratar do assunto noutra conservatória, noutro andar. Seja. E uma vez lá, ao tirar a senha verificámos que seríamos os primeiros a ser atendidos. Milagre! E sentámo-nos olhando o contador electrónico. Na sala, mais uma pessoa, para ser atendida noutro guichet. E os minutos a passar. Nada. Ninguém chama. Penso então que o Simplex precisa de uma pequena ajuda para acordar o sistema. Levanto-me e aproximo-me do balcão onde supostamente me chamariam. E só então uma amável senhora: «O senhor, está para quê? Nascimento?» Nem mais. «Só um momento». Agora sim, o Simplex parece que ia pôr-se em marcha. «Façam favor!» A princípio corre tudo muito bem, nome do pai, nome da mãe, nome da criança, ex, outros filhos... O normal da papelada. e enfim a impressão, a verificar por nós para que não haja erros. Só que, para azar geral, um erro, um pequeno erro num dos apelidos faz com que seja necessário fazer uma alteração. Uma, uma só, pequenina, tirar um apelido! E eis que o simplex volta a falhar. O sistema informático emperra, uma caixa não surge com a informação que devia conter e... está o caldo, ou o simplex, entornado! Que fazer? Passam os minutos, e outros mais. E mais alguns. Com o dedo indicador a amável senhora vai tentando eliminar hipóteses e justificações para a falha. E nada. Como fazer? Como ultrapassar a inércia do Simplex? Fácil: chama-se a funcionária do lado, que vem, prestimosa, também amável. Sucedem-se, entre as duas, o tu cá tu lá de soluções possíveis. «A ti já te aconteceu?» «A mim não, faço sempre tudo como ele (o sistema informático) quer.» «Ai, mas eu também!» Mais minutos. Até que para descompressão geral, a primeira amável senhora fala do quão bonito é o nome escolhido para o bebé. E que tem dois filhos. Dois bons rapazes. Que até são caseiros, imagine-se, nos dias de hoje! Um já namora. Às vezes dorme fora, mas antes avisa a mãe. Bom rapaz. O outro também. Uma delícia, ter rapazes. A mãe dela também se chama Alice. O primeiro neto também há-de chamar-se Vasco. E o sistema nada. Simplex mais Simplex é impossível. Reentra-se no sistema e para felicidade e alívio geral a dita e maldita caixa onde não aparecia a tal informação decide compactuar com o Simplex e, finalmente, parece que tudo bem. Agora, sim, nova impressão, «vejam se agora está bem», e já está. Registado. Só então percebo o dito que estava escrito numa pequena folha na secretária da amável senhora: «Sorri sempre ainda que o teu sorriso seja triste, porque mais triste que o teu sorriso triste é a tristeza de não sorrir». Sorrio e saio.

1 comentário:

Filoxera disse...

Pensava que era "...mais triste que um sorriso triste é a tristeza de não saber sorrir"...
Espero que o Francisco tenha sempre motivos para sorrir.