terça-feira, 29 de maio de 2007

Ilha

Não sei porquê, ponho-me a pensar na palavra ilha. E em como na sua brevidade ela se circunscreve e diz da sua essência. Ilha; assim, como se se esgotasse em si própria, súbito ponto no oceano. Já ao contrário, a palavra continente respira outra dimensão, dá-nos outra ideia de grandeza e desmesura. A verdade é que qualquer palavra encerra em si muito mais do que qualquer número. As palavras têm cor, cheiro, espaço e tempo. Os números não, não se têm senão a si mesmos e as quantidades que encerram. No fundo, as palavras abrem, os números fecham. Por estas e por outras gosto das palavras e não dos números.

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