terça-feira, 6 de novembro de 2007

Dirty Diana - Um terrível conto de terror III Capítulo

3. um puzzle complicado
De modo que depois da primeira ambulância outras foram chegando, cada qual trazendo um pedaço encontrado aqui, outro acoli e acolá, num raio de cerca de cinquenta metros em torno do local do acidente. Não era caso para menos; com a força do embate os corpos tinham-se, por assim dizer, desmantelado em pedaços. E de modo que para os médicos cirurgiões o caso resultou num enorme e complicado puzzle. Com a garantia dos sinais vitais a funcionarem, embora sem certezas de conseguirem o milagre da salvação, o que restava do corpo ligado à maquinaria, lentamente começou a organização dos membros e pedaços de carne. Um trabalho, não há dúvidas, arqueológico – arqueologia real, está de ver. E não para qualquer um. Havia que reconhecer proveniências, determinar funções, congeminar junções, refazer formas e desenhos. Coisa para destreza de sushi man, só que ao contrário.
Diana, por conseguinte, não tinha falecido. O que, face ao estado do seu lindo corpinho – mais parecendo ter dado de caras com Jack o Estripador –, só se compreende por via de malfadada teimosia britânica que, como se vê, assiste até aos súbditos mais bonzinhos e beneméritos. O facto é que a princesa resistia –fosse talvez às custas da maquinaria, fosse por via da força que lhe instilava a lembrança do seu amante (à data desconhecia que o seu novo príncipe das arábias tinha ido desta para melhor, ficando com a cara estropiada e mais feia do que um sapo), fosse por via de intervenção de um qualquer santinho ou santinha, fosse por via do que fosse, ela resistia.
A coisa durou horas. Uma cirurgia reconstrutiva do mais delicado que se possa imaginar. Pedaço a pedaço, os médicos lá foram ensaiando uma nova Diana, porque era disso que se tratava na realidade! Porém, nem de muito se podiam queixar já que, para o efeito, contaram com a inestimável ajuda das inúmeras fotografias da princesa que se conheciam. Não, não foi sequer por malícia, ou mesmo por maldade anti-monárquica dos médicos que a trataram. Se, por um lado, a Diana que ao fim de muitas horas e suor conseguiram refazer aparentava ser quase igualzinha àquela conhecida por todos, por outro lado, só um pormenor algo desagradável os curas não conseguiram evitar; é que toda a reconstrução facial tinha sido realizada com pele do rabo da princesa. Dir-se-ia, pois, que ficara com a face um pouco para o arredondada, como dizer... com cara de cu. Nem mais. Vale que os seus lindos olhos conservavam o azulado cristalino de antigamente. No mais, notou, e bem, um dos médicos presentes - fã de sempre da princesa -, que o brilho dos seus olhos não era o mesmo de antes, e que havia naquele olhar qualquer coisa que... Que lhe fazia comichão no estômago? Que o fazia suspeitar de não sabia o quê? Isso é o que se saberá mais adiante. Por agora, fim de capítulo.

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