sexta-feira, 23 de novembro de 2007

E agora para um momento poético

conselhos a um filho por vir

por exemplo a vida
deita-te com ela e sobretudo
não faças da existência um X.

desenruga os dias
oferece um pássaro a uma árvore
chama-lhe tua chama-lhe terra.

por exemplo antes de saíres
certifica-te do nível do ó
cio. confia mas fiado.

ri-te de cara lavada nunca
de mão estendida. o silêncio
respeita-lhe os dentes. ama

mas com o cuidado que é costume

ter-se com os tendões
com a coluna e com a calúnia
com o siso e com a sisa.

não dês conselhos aconselha-te
desconfia dos números
e já agora agasalha-te.

2 comentários:

Filoxera disse...

És fabuloso!

Anónimo disse...

muitos parabéns, belissimo poema.