Até 23 de Novembro, a Galeria Filomena Soares, em Lisboa, apresenta a exposição individual «Zarin» de Shirin Neshat. Nascida em Qazvin, no Irão, mudando-se para os Estados Unidos em 1974 (actualmente a viver e trabalhar em Nova Iorque), esta é uma das artistas plásticas que mais aprecio. Já anteriormente conhecidos em Lisboa alguns trabalhos seus (nomeadamente na Culturgest e na mesma galeria onde agora expõe), desta feita, mostra-se o seu mais recente filme, “Zarin”, bem como um grupo de fotografias do mesmo projecto. O trabalho de Shirin Neshat refere-se aos códigos sociais, culturais e religiosos do Islão e da complexidade de certas oposições, tais como o homem e a mulher. Neshat procura muitas vezes resolver tecnicamente este confronto social com a projecção dos filmes dispostos de forma concorrente, criando desta forma contrastes visuais baseando-se em valores tais como Claro/Escuro, Preto/Branco, Macho/Fêmea. «Zarin», de 2005, é a história de uma jovem mulher que trabalha como prostituta desde a sua infância. O filme traça a sua lenta desintegração até ao delírio psíquico. Destruída pela culpa das suas acções e pelo forte desejo de salvação, a sua loucura é manifestada pela sua percepção do mundo em seu redor. Com os homens que se cruzam na sua vida a aparecer sem rosto, os sentimentos de horror, vergonha e culpa apoderam-se desta personagem. Julgando ser uma punição de Deus, ela foge do bordel para um balneário público. Numa atitude de desespero, esfrega a sua carne viva e ensanguentada, tentando desta forma compensar o seu passado, contudo, ela é profundamente afundada na loucura, e por fim luta pela sua redenção.
sábado, 27 de outubro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário