A Susana Paiva traz-me oferta de Manuel Rosa, da Assírio: «Autografia», filme de Miguel Gonçalves Mendes, também livro, com as fotografias da Susana. Depois do belo divertimento televisivo, lembro umas releituras que fiz de alguns dos versos do poeta:
cesariny; dez releituras
I.
Marília Palhinha
já avó
muda a fralda
a Paulinha
já netinha
Marília
Ó Ó
Marília
‘tadinha
II.
ó minha gasta em hasta
esposa... como sofres
e eu... seja... sofro de ver-te
sofrer!
e eu como sofro
de chofre sofro
nas bancadas nos estádios
em estado de sítio
em estado de índio sofro
safa!!!
e eu como o meu sogro
como sofro minha gata
perdão minha gasta em hasta esposa
e eu como sofro
(desculpa enfim a minha
por vezes pesada pata
mas já agora desempata)
e eu como sofro...
III.
queria de ti país isso isso
que passasses além do esquisso
queria de ti país por isso por isso
(e por outras)
queria de ti país
chiça! Viço! Viço!
IV.
de ser arguto
depois de enxuto
papou o fruto
proibido e apetecido
dito feito e conduto
V.
burgueses somos todos nós
desde os netos
burgueses somos todos nós
até aos avós
burgueses somos todos nós
de perna de cão alçada
burgueses somos todos nós
alegres sobre a calçada
burgueses somos todos nós
fumando caros charutos
burgueses somos todos nós
discretos olhando corruptos os putos
burgueses somos todos nós
de vodka carpindo o luto
burgueses somos todos nós
do destino absoluto
VI.
o silêncio é um tigre
há aí quem dele me abrigue?
VII.
um banho tomado a menos
que tomado o mesmo
VIII.
«qsefoda!»,
disse.
e continuou:
bebamos
que para tristezas bastam Ovídeo
e a vid(e)a.
IX.
ssssssssssssssssssssssssssssssss
ssssssssssssssssssssssssssssssss
ssssssssssssssssssssssssssssssss
ssssssssssssssssssssssssssssoneto
ccccccccccccccccccccccccccccccc
ccccccccccccccccccccccccccccccc
ccccccccccccccccccccccccccccccc
ccccccccccccccccccccccccccccheio
dddddddddddddddddddddddddddddddd
dddddddddddddddddddddddddddddddd
ddddddddddddddddddddddddddddddde
ssssssssssssssssssssssssssssssss
ssssssssssssssssssssssssssssssss
sssssssssssssssssssssssssssssono
X.
um tiro na testa
um tiro de besta
uma flecha na cabeça
uma cabeçada na flecha
coisas assim à portugueça
é bom que se convença
somos todos mas é de Olivença
terça-feira, 16 de outubro de 2007
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