terça-feira, 16 de outubro de 2007

Poema

o medo nervoso
como animal de sangue
acossado pela agonia da noite

o pulso plúmbeo
as mãos minerais
os olhos vítreos intransitáveis

os lábios terra
secos como searas
silabando terror

o corpo despido de nome
e só os dedos
vivos no gatilho bebendo o vento
e o som da madrugada

o soldado assim
soldado a um silêncio
faminto de infância

e de guerras de atirar pedras
chamar nomes
puxar as camisolas
pegar nas bicicletas

e ir para casa
adormecer no colo da mãe

1 comentário:

Anónimo disse...

o que é plúmbeo???