terça-feira, 16 de outubro de 2007

Guerra

«Sessenta e um sangrando, memória de fevereiro acordada denovo com rajadas, colonial chicote ainda zurzir na respiração, grande morte sibilando trêsdias e trêsnoites sem parança.
Sessenta e um memorando na noite antiga!
Adiantaram matar esses comandos?
Sangue de negro lhes caiu nas mãos com maldição!
No primeiro dia se bastaram com prisões. Depois palavra d'ordem era lei a soprar: «é preciso matar esses negros».
Então, jeeps marcaram ferozes caminho de muceque. Perfurando na noite, comandos katerpillaram vala. Sombras rusgaram mais nas portas das cubatas, largando fogo, fogo posto pelas casas, quando não granada de matar, castigando devez sono fingido de família inteira.»

Virgílio Alberto Vieira, «Guerrilheiro é Terra Móvel», Centelha

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