terça-feira, 26 de junho de 2007

As Viagens de Salazar

O amigo Tiago Salazar, jornalista que de há muito rabejar de escrita conheço e admiro, vai finalmente dar um livro ao mundo. No título, apesar de tudo bem sacado - embora a minha sugestão (algo arrojada, parece) tenha sido «Quo Vadis, Salazar? -, a expressa indicação do que o traz a formato de lombada e papel: por um lado, as notícias do seu andarilhar pelo mundo (não sei se isso - o já ter estado em quase todo o lado, tal como o Altíssimo - o tem vindo a tonar mais católico, mas isso, enfim, são outros quinhentos por contar...), por outro, a tradução liminar do seu ser: um rapaz de artérias manteigosas. E por isso, por vezes, de mal com o mundo, chateado com o próximo e com os dias. Nestas «Viagens Sentimentais», o amigo Salazar (curiosamente ao contrário do outro, que nunca levantou o rabinho da lusa lousa) perde-se pelo mundo. Mas atenção, tem-se perdido para se reencontrar. É sempre assim, por estranho que pareça, é preciso partir para encontrar. Assim, a cada vez que encontro o trotamundos de apelido duvidoso (ainda para mais ligado, agora, a um editor de nome Marcelo...), ele vem mais cheio: de histórias, de vidas, de cores, sons, aromas, horizontes, também de outras curvas - e talvez por estas tenha vindo a perder uns quilinhos que a barba rala tenta disfarçar como pode. Não consegue e já nem se aguenta para uma partida de ténis, a ela se excusando, pasme-se, por aulitas de ioga! Ao que um homem que já subiu aos Himalaias e que esteve quase a ir ao cume do Evereste chega! Pelo que, amigo Salazar, escute o meu conselho, que eu lhe dou de graça, volte você ao belo naco de lombo, se quiser aos bons iogurtes de antanho, mas volte, que não seja por uns tempos a fim de suas vegetarianas carnes se recomporem para futuras palmilhações do planeta, como de há muito me anda a tentar desencantar, tentando ludibriar as minhas responsabilidades familiares. Termino, e mais lhe digo, se um dia destes acordar na Lua não se espante, pode muito bem ser que, ironias da História, Salazar seja o primeiro português a seguir as pegadas de Armstrong!

2 comentários:

Anónimo disse...

Acho que não é por não se aguentar na partida de ténis... acho é que ele não sabe onde está a raquete.

Anónimo disse...

há um mês atrás enquanto fazia compras no continente,lembrei-me de passar pelos livros,e ver as novidades, peguei em vários livros, mas senti-me sempre insegura na minha escolha,talvez procura-se não um livro,mas algo mais de mim.Para minha supresa acabei por escolher um livro,cujo autor não conhecia,mas cujo o tema me despertou algum interesse,as cores e o título foram uma mais valia,mais uma vez o Marketing a vender..ainda não o acabei,hoje de manhã estive em New York...Mais do que um simples livro de viagens ou de um viajante,é um livro com uma escrita rica,com uma descrição profunda de sentimentos acoplados a uma vivência, a um olhar critico das coisas, critico mas não destrutivo, que me tem levado acreditar que já escalei os Himalaias e senti todo o esforço no corpo,assim como o frio gélido,ou que já estive em frente a um elefante gigante,fragilizado,mas nem por isso menos poderoso...obrigado Tiago por me fazeres acreditar que também um dia poderei ver aquilo que tu vis-te,mas com outros olhos.