sexta-feira, 18 de abril de 2008
Histórias Fulminantes 83
A chama da sua paixão era tal, o fulgor amoroso dos versos tamanho, que às tantas o livro pegou fogo. «O poeta trazia o peito a arder», diziam as vizinhas. O pior é que os bombeiros demoraram a chegar e o amor consumiu-se tão depressa quanto um pau de fósforo. Neste caso, o amor foi um fogo que ardeu e bem se viu! Não por acaso, e a propósito, alguém lembrou que nas unidades de queimados nos hospitais os poetas surgem em primeiro lugar e a grande distância dos segundos classificados, os pirómanos. O Senhor K., ao ler a notícia, olhou duas vezes para o livro de poesia que trazia consigo, depois acendeu um cigarro.
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