quarta-feira, 11 de junho de 2008

O país segue dentro de momentos

o governo aconselha a escrita de poemas a duas mãos
o governo avisa que não pactuará com piquetes contra a poesia
os poetas por conta própria estão a paralizar o país
polícias investem contra poetas que querem impedir outros poetas de escrever
um poeta veio a falecer quando tentava escrever um poema
senão for abastecido de livros o país poderá ficar sem poemas já amanhã
poetas e versos já escasseiam na grande lisboa
reunião decisiva entre poetas e governo para decidir o fim da paralização
nos piquetes poéticos os ânimos têm-se exaltado (o que promete grandes versos futuros)
o país quase estagna devido ao aumento do livro de poesia
o presidente da república não sabe ler o problema
à cautela já há quem compre cinco a seis livros de poemas para o que der e vier
os poetas não admitem um preço do livro aqui e outro acolá
os poetas reclamam o verso profissional
filas com três quilómetros à entrada das livrarias um pouco de norte a sul do país

vale que o país se esquece
nos golos de deco e pepe
há quem admita recorrer à deco
há quem culpe a opep

3 comentários:

Anónimo disse...

os poetas têm carros movidos a versos e param sempre nos pontos finais.

António Ferra disse...

magnífico, esta crise poética

António Ferra disse...

magnífico também o comentário de Abel

...e, infelizmente, o preço poético não ficará por aqui