Na Bertrand do Chiado esteve em discussão, esta quinta-feira passada, o tema:
«A literatura portuguesa tem sentido de humor?». Não fui, não sei a que conclusões chegaram os conferencistas de serviço. Quanto a mim, respondo já: não. Nenhum, ou quase nenhum. Dois caminhos: se vamos pelos autores tidos como mais sérios e autorizados (Saramago, Lobo Antunes, Lídia Jorge, Peixoto, etc.) nem um vislumbre, alinham todos pelo negrume dos dias e o acre nas palavras; depois temos os outros, com humor subterrâneo, mas sem grande apreço de público (Mário de Carvalho - provavelmente o melhor de todos os escritores portugueses de hoje -, Jorge Sousa Braga, Rui Zink, Joaquim Castro Caldas) e já não recordo mais ninguém!). Outra coisa é saber se o panorama da literatura portuguesa faz rir. Aí, sim, e de que maneira. Basta olhar para os best-sellers e desatar a rir... Em suma, saudades do O'Neill.
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