«Sim. Continua lá.»
Durante muitos anos foi assim. A mulher continuava lá, no seu lugar de sempre, sentada, à espera. Assim se presumia, que esperava, pois na verdade ninguém sabia ao certo as razões porque ali estava, à espera. Que mais, de resto, poderia ali estar a fazer? Que mais faz alguém que horas sobre horas permanece sentada à espera? Imperturbável, imóvel, calada, impassível, ninguém alguma vez ousou incomodá-la na sua quietude. Deixavam-na. Seguiam as suas vidas. «Coitada».
«Deixá-la.» Era o que respondiam habitualmente a quem volta e meia se dava ainda ao trabalho de perguntar o que raio a mulher esperaria, se é que esperava. Ou então, volviam apenas com a confirmação de sempre: «Sim. Continua lá.» E mudavam de assunto.
terça-feira, 2 de setembro de 2008
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