quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Assim vai a crise no jornalismo
Que o jornalismo está mal já não é novidade. Novidade é ter encontrado uma antiga colega de redacção (com direito a diploma de curso em Comunicação Social) agora atrás de um balcão a vender jornais!
A propósito de lágrimas
E no entretanto das lágrimas abaixo, centenas de bancos pelo mundo inteiro, tal como em Portugal, choram amargamente perdas danosas nos resultados dos seus lucros! Por cá, parece que ganham míseros três milhões de euros por dia. Mas afinal não foi esta gente que andou a chorar, e anda ainda, pedindo aos governos e aos Estados que lhes injectem outros tantos milhões de euros de forma a combater a crise?! Juro, não percebo nada destas 'guerras' financeiras que nos atiram para os olhos, mas que são capazes de originar revoltas nas ruas, nisso acredito e se calhar saía à rua.
América - Just part of the job...
Série fotográfica de Platon, para o The New Yorker, sobre homens e mulheres voluntários para as guerras no Iraque e no Afeganistão. Para perceber exactamente o alcance do seu trabalho eis a explicação, retirada da publicação em causa: «This summer, the photographer Platon took pictures of hundreds of men and women who volunteered to serve in the military and were sent to Iraq or Afghanistan. He followed them on their journey through training and deployment, after demobilization and in hospitals, to compile a portrait of the dedication of the armed services today. Sergeant Tim Johannsen, who lost both legs when he drove over an I.E.D. on his second tour of duty in Iraq, made a point of buying an Army T-shirt to wear in his photograph. Of his sacrifice, he said, “It’s just part of the job. You know what you signed up for.” Sergeant Matthis Chiroux, a military reporter who has become a vocal opponent of the Iraq war, says that he and others like him “take our activism as a continuation of our oath of service.” Like many who enlist, Johannsen and Chiroux come from military families. Sergeant John McKay, a marine whose uncle and grandfather were marines, and whose three-year-old son posed in uniform at the wedding of a cousin, also a marine, said, “He’s just waiting till he’s eighteen.” He went on, “I’m scared for him, but if he wants to do it I’ll support him.”
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
O Problema dos Domingos
«Domingo soalheiro, em Lisboa. Vista contra o céu, a paineira em flor, do Jardim Botânico, parecia uma cerâmica oriental que ameaçava partir-se com o ruído da Fórmula 1, na Av. da Liberdade.»
blog quando o rei era sabão
blog quando o rei era sabão
Um cadáver na estante cá em casa
bolor
isto tudo que nos rodeia
o número dos vivos, os espaços em branco
ventos da minha alma
passados os rigores da invernia
não entres tão depressa nessa noite escura
no interior da tua ausência
se nos encontrarmos de novo
à beira do mundo, à janela da vida
nós nudos
pela água
combateremos a sombra
em busca do tempo perdido
isto tudo que nos rodeia
o número dos vivos, os espaços em branco
ventos da minha alma
passados os rigores da invernia
não entres tão depressa nessa noite escura
no interior da tua ausência
se nos encontrarmos de novo
à beira do mundo, à janela da vida
nós nudos
pela água
combateremos a sombra
em busca do tempo perdido
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
O Problema do Autor
«Escrevo porque não sei; e porque não sei escrever. Tudo o que eu sabia (possuía ou julgava possuir?) ficou enterrado no texto que escrevi e preciso de aprender (possuir) tudo de novo... no texto que vou escrever.»
Casimiro de Brito, «Fragmentos de Babel seguido de Arte Poética», Ed. Quasi
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
O Problema de Deus
«Mas como é que o mal não perece? Como o protegem os deuses? Como podemos explicar uma coisa destas, como aprová-la, se ao olharmos para as acções dos deuses vemos que os deuses são eles próprios malévolos?»
Fala de Filoctetes, «Filoctetes», Sófocles, Ed. Cotovia
O Problema do Autor
«Quando um livro acaba de ser publicado, trinta exemplares cabem ao autor; isso é como se fosse igual a nada. (...) A editora manda-os para casa e ele começa a escrever as dedicatórias (...) Chega dizer que, quando alguém acaba a torre de trinta livros empilhados, não só já não tem mais nenhum para si mesmo, como começa a angustiar-se por ainda ficar a dever um exemplar a algumas pessoas boas.»
István Örkény, «Histórias de 1 Minuto», Cavalo de Ferro
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Histórias Fulminantes 99
dois dedos de conversa
Dedo 1 - (Ao acordar) Então pá, tudo bem?
Dedo 2 - Qual quê, a partir de hoje 'anilha'! Não sabes que hoje é o «grande dia»?
Dedo 1 - (Ao acordar) Então pá, tudo bem?
Dedo 2 - Qual quê, a partir de hoje 'anilha'! Não sabes que hoje é o «grande dia»?
O Problema de Deus
«Permita-se-me portanto que torne a dizer que Deus, sendo desde sempre um problema, é, agora, o problema.»
E agora para um momento poético
literatura
por a mais b
por ti per te
ou como se diz em água corrente
à hora húmida das manhãs de inverno
o rosto das varandas debruçando-se
sobre o tempo
coisas assim vulgares
sem gares nem lugares literatura
impostura
quem a atura?
de «O'Neillianas com a Devida Vânia»
por a mais b
por ti per te
ou como se diz em água corrente
à hora húmida das manhãs de inverno
o rosto das varandas debruçando-se
sobre o tempo
coisas assim vulgares
sem gares nem lugares literatura
impostura
quem a atura?
de «O'Neillianas com a Devida Vânia»
O Problema de Deus
«O problema do nosso tempo não é a crise religiosa, mas a crise de Deus.»
Andrés Torres Queiruga, Professor de Filosofia Univ. Santiago de Compostela
«Deus no século XXI e o futuro do cristianismo», Campo das Letras
Histórias Fulminantes 98
Quando o homem inventou as palavras rejubilou de alegria. Depois, rapidamente percebeu que eram os animais mais irrequietos que tinha criado. Com a cabeça em água, o homem pensou então em domesticá-las e por isso inventou a escrita. Por alguma razão os livros ainda hoje são considerados perigosos.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Histórias Fulminantes 97
Pretendeu ouvir a música dos oceanos. Deslocando-se para junto do mar, descalçou-se e aproximou os ouvidos das ondas. A música que escutou soou-lhe guardar belíssimas estruturas melódicas, contudo algo desafinadas. Sentindo num dos pés uma matéria estranha e peganhosa, o homem olhou para baixo e percebeu tudo ao ver a mancha de petróleo que inadvertidamente pisara.
E agora para um momento poético...
a noite parte e no coração tudo são estilhaços
vacila o olhar tremem as pernas do medo
o vento nada guarda dos gestos perdidos
como socos de boxeur extenuado
disparando ao nosso rosto cego a nada
nada sabes nada sentes senão a ausência
que ganha um súbito rosto de escuridão
ainda assim caminhas andas tropeças é bem mais certo
dizê-lo atiras-te ao mapa da nudez
onde já não és nem te reconheces
estás agora no interior dos teus passos sem sentido
nenhum olhar provavelmente te irá salvar
ou dizer o brilho dos dias a vir estás dentro de um corpo
que já não habitas mas que antes a ti te habita
te ocupa te irradia a pele branca a luz opaca
uma janela com vista para a noite vai lança-te
deixa-te ir às lágrimas como se uma mãe te mandasse
às compras e tu aceitasses com a mesma determinação
que a todos os submissos assiste. parte
ptn, de «Doença do Século»
vacila o olhar tremem as pernas do medo
o vento nada guarda dos gestos perdidos
como socos de boxeur extenuado
disparando ao nosso rosto cego a nada
nada sabes nada sentes senão a ausência
que ganha um súbito rosto de escuridão
ainda assim caminhas andas tropeças é bem mais certo
dizê-lo atiras-te ao mapa da nudez
onde já não és nem te reconheces
estás agora no interior dos teus passos sem sentido
nenhum olhar provavelmente te irá salvar
ou dizer o brilho dos dias a vir estás dentro de um corpo
que já não habitas mas que antes a ti te habita
te ocupa te irradia a pele branca a luz opaca
uma janela com vista para a noite vai lança-te
deixa-te ir às lágrimas como se uma mãe te mandasse
às compras e tu aceitasses com a mesma determinação
que a todos os submissos assiste. parte
ptn, de «Doença do Século»
domingo, 19 de outubro de 2008
sábado, 18 de outubro de 2008
Lisboa Uterina
lisboa
hoje
de repente
lavada a pente
num dilúvio que não lembra a muita gente
parecia
(e por pouco não perecia)
rompidamente de águas
uterina
hoje
de repente
lavada a pente
num dilúvio que não lembra a muita gente
parecia
(e por pouco não perecia)
rompidamente de águas
uterina
pedro t neves
E entretanto por cá...
... aparecem uns professores deliciados a remar no vazio enquanto cantam a «Grândola Vila Morena» com versos em loas ao computador Magalhães!!! Juro-vos, estive a ponto de deixar de esboçar o mais leve esforço futuro para congeminação de uma qualquer ficção literária. Por outras palavras, estive a ponto de desistir de puxar pela cabeça para criar ficção. É que perante cenas como estas acabo tristemente por chegar à conclusão de que a minha capacidade de fantasiar o mundo e o real é afinal um zero retumbante. E só um, só um, só um mesmo daqueles 'cantores' é que se revoltou e indignou com a abjecta cena? Não sei porquê lembro-me do romance do John Steinbeck, «Ratos e Homens»...
E eles a Dallas
Obama e McCain continuam a divertir o mundo com os seus pseudo-debates estudados ao milímetro -- era capaz de garantir que não há uma partícula de caspa que caia do cabelo de um deles sem que isso tenha sido previamente decidio ou combinado pelos respectivos staff. O mais extraordinário é que neste interim propagandístico a coisa, dita campanha, vai rolando (esbanjando) milhões de dólares, enriquecendo sabe-se lá quem, tal como se fosse um negócio (mais uma negociata), que outra coisa não é, tal como os dois negoceiam quem irá amanhã gerir os destinos do mundo. Um não será certamente diferente do outro, e a eleição de um ou de outro em nada irá mudar os destinos do mundo, moldados que estão ao status quo diplomático-internacional feito à sua medida, desejos e desmandos. Por outras palavras, saiam quando saírem dos 'iraques' em que estão atolados até ao pescoço, certo será que os EUA, de Barack ou do senhor John, irão continuar a intervir militarmente pelo globo onde e quando o entenderem ou quando a economia de guerra o pedir; pelo menos até que, daqui por mais uns anos, potências emergentes como a China ou a Índia cresçam o suficiente para começar a inverter as regras do jogo internacional; é esperar para ver, basta olhar para o passado e percepcionar a lei dos grandes ciclos de dominação histórica a funcionar no mapa do tempo. No mais, acho interessantíssimo a quantidade de portugueses que entretanto viraram politólogos encartados, opinando quase diariamente sobre o evoluir das sondagens e dos debates, quase nenhum se atrevendo a dizer do quão triste é todo aquele espectáculo teatral que, vai-se a ver, o mais certo é vir a acabar com a mesma patranha da anterior eleição presidencial, que reelegeu o cowboy Bush júnior burlando o pacífista-benemérito-ecologicamente-bem-comportado Al Gore na contagem dos votos. E na altura alguém reclamou? Ninguém. O mundo civilizado do concerto das nações ofendeu-se com a rasteira anti-democrática? Na... O que espanta é que enquanto tudo isto decorre o futuro do mundo vai ficando mais e mais negro, ou seja, nenhum daqueles cavalheiros fala do que realmente importa: por exemplo, da fome em África e no mundo; por exemplo, da chacina amazónica; por exemplo, do degelo glaciar; por exemplo, da emissão de gases poluentes, etc. Pois, milhões e milhões de almas, que mais parecem fantoches com bandeirinhas na mão, preferem (agora) debater a vida de um anónimo Joe Plummer, parecem mais interessadas no divórcio da Madonna, parecem mais interessados em ouvir dois títeres (sabe-se lá nas mãos de quem) que o mais que sabem, na presente crise, é pedir aos cidadãos que confiem neles! Confiar neles? Então não foram eles que puseram isto no estado em que está? Já não sei, talvez o modelo indiano venha melhorar as coisas, um dia... Fantochada total esta novela a la Dallas ranch: só falta mesmo a estorieta de um qualquer blow job na família de um dos candidatos para animar a coisa até daqui a três semanas. Vão ver que ainda há-de aparecer, era capaz de apostar.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
E agora para um momento poético - Durs Grünbein
Após uma última ronda por Florença, ao terminar
de autocarro uma mega-excursão pela Europa
um velho japonês sofreu uma convulsão, tão repentina
que a suspeita recaiu sobre a comida: ouriço do mar com esparguete envenenado.
Os olhos tinham-lhe saltado das órbitas, na testa
corria um suor frio, as mãos estremeciam como sobre arame electrificado,
e ele balbuciava sem parar... «Berlim»... «Paris»... «Estocolmo»... «Madrid».
Só dias mais tarde se confirmou o diagnóstico. Um relatório
referia-se a colapso devido a choque cultural.
Se alguns sucumbem a uma insolação, o homem do Japão foi vítima
do invulgar Síndroma-Stendhal em terceiro grau, consequência
das muitas Torres Eiffel, Catedrais de S. Pedro, Prados...
Ó tu, turista e viajante em grupo, venhas de onde vieres,
não esqueças nunca o japonês que se sentiu mal. Lembra-te
quando vires prospectos e vídeos sobre férias
que poderás nunca mais regressar da terra desconhecida.
de autocarro uma mega-excursão pela Europa
um velho japonês sofreu uma convulsão, tão repentina
que a suspeita recaiu sobre a comida: ouriço do mar com esparguete envenenado.
Os olhos tinham-lhe saltado das órbitas, na testa
corria um suor frio, as mãos estremeciam como sobre arame electrificado,
e ele balbuciava sem parar... «Berlim»... «Paris»... «Estocolmo»... «Madrid».
Só dias mais tarde se confirmou o diagnóstico. Um relatório
referia-se a colapso devido a choque cultural.
Se alguns sucumbem a uma insolação, o homem do Japão foi vítima
do invulgar Síndroma-Stendhal em terceiro grau, consequência
das muitas Torres Eiffel, Catedrais de S. Pedro, Prados...
Ó tu, turista e viajante em grupo, venhas de onde vieres,
não esqueças nunca o japonês que se sentiu mal. Lembra-te
quando vires prospectos e vídeos sobre férias
que poderás nunca mais regressar da terra desconhecida.
Durs Grünbein, «Aos Queridos Mortos», Angelus Novus
Histórias Fulminantes 96
A respeito das mais diversas questões era um homem que tinha o princípio de nunca partir do princípio. Era um bom princípio, mas partir do meio também não se revelou alternativa credível; ou era considerado batota ou privava-o de todos os dados relevantes para uma correcta apreciação do mundo à sua volta. Concluiu, por conseguinte, que era melhor partir do princípio mesmo que esse não fosse o melhor princípio, senão o melhor para chegar a um bom fim.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Deer Hirst, dear CCB
No Museu de Arte Contemporânea de Denver, USA, uma exposição do polémico Damien Hirst, onde, entre outras obras, se pode apreciar este 'estimulante', literariamente pensando, «Saint Sebastian, Exquisite Pain», de 2007. E isto faz-me pensar, e ter saudades, dos tempos em que o CCB ainda trazia até nós grandes exposições, dignas dos grandes museus internacionais... Deu nisto a Colecção Berardo; houve quem na altura tivesse avisado, agora xarope!
Do livro «O'Neillianas com a Devida Vânia»
in café veritas
diz a marquesa
ao chiado
esticando o dedo muito tesa
sobremesa, sobremesa
soufflé, soufflé!
diz o pedinte
chiando
esticando a mão com delicadeza
sob a mesa, sob a mesa
sofrê, sofrê!
diz a marquesa
ao chiado
esticando o dedo muito tesa
sobremesa, sobremesa
soufflé, soufflé!
diz o pedinte
chiando
esticando a mão com delicadeza
sob a mesa, sob a mesa
sofrê, sofrê!
Pedro Teixeira Neves
Histórias Fulminantes 95
Passando na rua frente a um espelho um homem viu nele reflectido um pássaro. Quando se voltou para observá-lo sem reflexos percebeu que, nessa fracção de segundos, ele desaparecera do céu. Desiludido, voltou-se de novo para o espelho e nesse momento o espelho nada reflectia.
O Problema de Deus
b. era grande, gordo
desajeitado com o corpo e com
as mãos
organista toda uma vida na mesma igreja
teve um filho
esse filho fez-se músico
teve um neto
esse neto fez-se músico
nunca, ninguém
tanto --
-- o coração de deus
deus esperou
esperou que ele fizesse o seu trabalho
deixou-o tocar e compor e
ter um filho e
um neto
depois levou-o
deus, às vezes dá tempo
outras
desajeitado com o corpo e com
as mãos
organista toda uma vida na mesma igreja
teve um filho
esse filho fez-se músico
teve um neto
esse neto fez-se músico
nunca, ninguém
tanto --
-- o coração de deus
deus esperou
esperou que ele fizesse o seu trabalho
deixou-o tocar e compor e
ter um filho e
um neto
depois levou-o
deus, às vezes dá tempo
outras
Frederico Mira George, «Caixa Negra», Ed. Quasi
Rawi Hage
Da Carochinha
E então estes tipos dos bancos que andaram durante meses a alardear lucros fenomenais estão agora a ser ajudados pelo Estado... E então os grandes gestores são afinal umas nulidades... E então o Governo vem agora com uma série de medidas com vista a aligeirar o aperto do cinto dos cidadãos... e então o cidadão pergunta: bom, se o fazem agora não o poderiam ter feito antes? pelos vistos era só uma questão de vontade... ou de falta dela?
1 de Abril, hoje? Como o tempo passa!
Leio nos jornais que Pedro Santana Lopes se vai recandidatar a presidente da CMLisboa.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
A pedido da Quarta Parede...
... escrevi o texto que no blog da dita associação se pode ler acerca do estado da imprensa cultural em Portugal. É o que poderão ler clicando em http://www.box.net/shared/7ljrzcnkoj.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Jerusalém às Tábuas no CCB
JERUSALÉM é a terceira incursão que O Bando, com direcção de João Brites, faz pela obra de Gonçalo M. Tavares. Este caminho começou por ser trilhado em 2005, juntamente com o Grupo de Teatro As Avozinhas, da Associação de Idosos de Palmela, criando, no contexto do Festival Internacional de Artes de Rua, o espectáculo OS HENRIQUES, a partir d’ «O Senhor Henri». A esta experiência seguiu-se uma outra na Escola Superior de Teatro e Cinema, onde Brites trabalhou o livro «Um Homem: Klaus Klump» com os seus alunos.
De 23 de Outubro a 2 de Novembro
Centro Cultural de Belém
terça-feira, 7 de outubro de 2008
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Fico curioso e com vontade de lá estar
Cardoso Pires lembrado no CCB a 26 próximo
Leituras:
Das 14h30 às 16h15 - Sala Almada Negreiros – entrada livre até máximo da sua lotação
14h30: António Mega Ferreira
14h45: Inês Pedrosa
15h15: José Eduardo Agualusa
15h45: Mário de Carvalho
16h15: Lídia Jorge
Conferência:
17h15- Sala Almada Negreiros – entrada livre até máximo da sua lotação
João Lobo Antunes – “Memória e auto-ficção”
Filme:
18h30 - Sala Almada Negreiros – entrada livre até máximo da sua lotação
«O Delfim» - Realização Fernando Lopes
2002, 83’(Argumento de Vasco Pulido Valente, com Rogério Samora e Alexandra Lencastre)
Exposição:
Ilustrações de João Abel Manta para «O Dinossauro Excelentíssimo», (1972)
Foyer da Sala Almada Negreiros
Entrada Livre
MEC e eu armado em patriota ofendido ou não há pachorra para esta gente que há-de levar a presunção para a cova
Ouço o desaparecido MEC na TSF, à conversa com um Carlos Vaz Marques sempre de sorriso nas perguntas, e pasmo ante o pedantismo do entrevistado. Provavelmente será defeito meu, provavelmente todos terão achado o máximo as já habituais tiradas do Miguel, sempre muito directo, cheio de humor, sempre muito crítico para com o Portugal que o viu nascer. MEC está cada vez mais parecido com o Saramago, atira à esquerda e à direita, contra tudo e contra todos, e depois diz-se um conservador light, com a diferença de que o nosso Nobel se vai revelando também um comunista light. Eu não gosto destes génios ("sábio", no seu dizer de quem entrou nos cinquenta) que transpiram arrogância e se dizem melhores entre os melhores - MEC referiu, por exemplo, que tem uma arca cheia de coisas por publicar, segundo ele não publicadas porque, justamente, não são boas o suficiente... Em que ficamos? É ou não é genial o rapaz do laçarote? Disse depois que tem prioridades e não lê os escritores portugueses. Atenção, não lê, mas garante que não presta, tudo! À excepção de Agustina. Não lê, porque ainda lhe faltam os russos e alguns ingleses... Epá, ó Miguel, aos cinquenta anos já era tempo de acordar, isso é o mesmo que dizer que o nosso teatro não presta para nada, que os nossos músicos ou os nossos artistas plásticos não prestam para nada; mas alguém acredita nisso? É espantoso que um homem com esta idade (para mais, um "sábio") perca tempo e brio a dizer estas banalidades e com tamanha falta de originalidade, porque não deve haver um só português que não diga mal do seu país, como não haverá um albanês que o faça, um chinês que o faça, um húngaro que o faça, um italiano, etc. So fucking british!
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
O Problema do Autor
«En el poema, el autor entra a machete en una selva de señales confusas, nada sabe; más bien, obedece un impulso que nace en su interior y que lo obliga a avanzar casi a tientas. Se reconoce a veces en esas señales que vienen de otros mundos y siente un terror abisal de ser devorado por aquellas fuerzas impalpables.»
Blog Cantarola
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